Gênio,
não tenho.
Me
empenho.
Essas
palavras me soam
como
“Os morcegos não são aves
mas
voam."
Como
evitar, porém, que o poema seja um rio não mapeado, que a vereda cruze... e
saia seca do outro lado? Como fazer com que, criado, ele cause a sensação, anterior, de que faz falta, como ao
Corcovado faz ─ no Rio Antigo ─ o Redentor? Como criá-lo com a naturalidade com
que laranjeiras dão laranjas, e os jardins, em seus delírios, cravos, orquídeas,
cachos de lírios, a força da natureza irrompendo, sem planos, com o mesmo
ímpeto da Torre do Diabo, ao vir do chão, gigantesca, nos Estados Unidos, há 40
milhões de anos? Sinto-me, no entanto, levado pelo mesmo impulso ─ primitivo,
um tanto técnico, artístico, prático, místico ─ dos que ergueram o grande
círculo de Stonehenge além das possibilidades e meu problema começa justamente
quando não consigo sequer definir
esse... xis ─ versátil, esperto,
cheio de êxtases, paichões e ezageros sem nékso,
incerto ─ que assume o... compromisso de fazê-lo, aqui, nesta humana, precária,
caixa craniana?
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NOTA DO BLOG:
1. A forma como o texto está disposto difere um pouco do original no livro, mas sem perda qualquer para o sentido que o autor dá. O livro em questão é de uma riqueza e uma graça imensas, como é comum aos escritos do W.J. Solha. O excerto é do texto UM, páginas 29/30. O livro pode ser adquirido aqui: EDITORA PENALUX.
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● W.J. Solha está na segunda edição de Kaya [revista de atitudes literárias]:
│Autor: W.J. Solha │
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