por: W.J. Solha
Embora DÉRCIO
BRAÚNA pegue a imagem de outro poeta, seu título me remete aos CAVALOS BRANCOS
DE NETUNO do art nouveau WALTER CRANER, como se vê abaixo. Esse SEU NOVO LIVRO,
da editora Radiadora, 2017, revela enorme salto de qualidade em relação a suas
obras anteriores. Assumindo um tom bíblico – ancorado no Gênesis, Salmos,
Eclesiastes e Cantares de Salomão – alcança muitos momentos de grande beleza.
Sublinhando, sempre, o que apanha de outros criadores, faz uma “costura de
vozes e desassossegos”, “na voragem doutros gritos, na escuta doutros
silêncios”.
Diz , logo no primeiro poema, o MANUFATURA:
-
Talvez seja mesmo isso:
desde o caos de tudo
( princípio que há de ter sido )
que andamos nesta penosa manufatura:
criar um mundo
“pra saber se há deus”
-
Esquisito, Mas o que é a poesia, para ele?
. (...) uma exploração ao redor, / e é um latejo/ ardendo de dentro /do veio, / é essa “viagem / da mão a seu duelo, / é palavra que encosta/ “o amor e a pedra”. ]
-
OU SEJA: BRAÚNA NÃO SE INIBE EM PÔR NO CLIMAX DE SUAS POESIAS O MELHOR DO MELHOR DE OUTROS POETAS., POIS O QUE LHE IMPORTA É CHEGAR ONDE QUER. Em DA CHAMA DO MEU DESESPERO,por exemplo, diz:
- Meu desespero/é este nunca saber/ se na carne irascível e verbal do poema/ se acendeu/ “o intenso fogo devorador das coisas
-
SUPONHO QUE ISSO SEJA ALGO NOVO.
Ele diz, em DO MAR ROXO DE JERUSALÉM,
- Nomes e mais nomes, / mortos e mais mortos:/ e quem os pronuncia/ relincha,/ não se cala/ ( não se pode calar), / como “cavalos fatigados que cruzam um mar roxo.”
-
SOBRE AS TRADUÇÕES, DIZ, NO GENIAL “POR SOBRE AS CERCAS”:
- “O Poema se ofende quando o traduzem” / Mas que fazer? / Por mais que tenhamos tentado, / ainda não soubemos habitar uma Babel feliz, / por isso essas ofensas bonitas, / que se vão atirando contras as cercas do mundo.
-
DÉRCIO BRAÚNA É FANTÁSTICO QUANDO DIZ ( atentem para isto):
- Escrevo porque estou aqui, diante do desastre.
-
Talvez seja mesmo isso:
desde o caos de tudo
( princípio que há de ter sido )
que andamos nesta penosa manufatura:
criar um mundo
“pra saber se há deus”
-
Esquisito, Mas o que é a poesia, para ele?
. (...) uma exploração ao redor, / e é um latejo/ ardendo de dentro /do veio, / é essa “viagem / da mão a seu duelo, / é palavra que encosta/ “o amor e a pedra”. ]
-
OU SEJA: BRAÚNA NÃO SE INIBE EM PÔR NO CLIMAX DE SUAS POESIAS O MELHOR DO MELHOR DE OUTROS POETAS., POIS O QUE LHE IMPORTA É CHEGAR ONDE QUER. Em DA CHAMA DO MEU DESESPERO,por exemplo, diz:
- Meu desespero/é este nunca saber/ se na carne irascível e verbal do poema/ se acendeu/ “o intenso fogo devorador das coisas
-
SUPONHO QUE ISSO SEJA ALGO NOVO.
Ele diz, em DO MAR ROXO DE JERUSALÉM,
- Nomes e mais nomes, / mortos e mais mortos:/ e quem os pronuncia/ relincha,/ não se cala/ ( não se pode calar), / como “cavalos fatigados que cruzam um mar roxo.”
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SOBRE AS TRADUÇÕES, DIZ, NO GENIAL “POR SOBRE AS CERCAS”:
- “O Poema se ofende quando o traduzem” / Mas que fazer? / Por mais que tenhamos tentado, / ainda não soubemos habitar uma Babel feliz, / por isso essas ofensas bonitas, / que se vão atirando contras as cercas do mundo.
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DÉRCIO BRAÚNA É FANTÁSTICO QUANDO DIZ ( atentem para isto):
- Escrevo porque estou aqui, diante do desastre.
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SERVIÇO:
Como cavalos fatigados abrindo um mar
Dércio Braúna
Editora Radiadora (Fortaleza-CE)
e-mail: radiadora@gmail.com
fone: 999442220
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Desde sempre a genialidade do Solha. Grato pela partilha, amigo Webston. Abraços.
ResponderExcluirÉ verdade, Pedro! O Solha escreve de uma maneira muito própria. E as apreciações que faz são ótimas! Abraços!
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