quarta-feira, 17 de abril de 2024

O Conselho dos Sábios







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, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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segunda-feira, 8 de abril de 2024

O Paradigma da Complexidade



Edgar Morin, pensador francês



Não é preciso acreditar que a questão da complexidade se coloca apenas hoje em dia, a partir de novos desenvolvimentos científicos. É preciso ver a complexidade onde ela parece estar geralmente ausente, como, por exemplo, na vida quotidiana.
A complexidade desse domínio foi percebida e descrita pelo romance do século XIX e início do século XX. Enquanto que nessa mesma época, a ciência tentava eliminar tudo o que fosse individual e singular, para reter nada além das leis gerais e identidades simples e fechadas, enquanto expulsava mesmo o tempo da sua visão do mundo, o romance, pelo contrário (Balzac em França, Dickens na Inglaterra) nos mostrava seres singulares em seus contextos e em seu tempo.

sábado, 6 de abril de 2024

Ação humana transformou 89% da Caatinga


Biólogos concluem que restam 11% da vegetação nativa típica do Nordeste

Desmatamento e queimada eliminam a vegetação nativa
e facilitam a ocupação humana
(
Embrapa Semiárido)


Carlos Fioravanti | Revista Pesquisa FAPESP - Edição 335 - jan. 2024

A expansão da agricultura, da pecuária e do desmatamento tem causado mudanças drásticas na Caatinga. As áreas agrícolas e pastagens abandonadas ou em uso cobrem 89% desse bioma, único inteiramente brasileiro, que se espalha por 10 estados do Nordeste e Sudeste. Restam apenas 11% da área coberta pela vegetação típica do Nordeste, em comparação com a que deve ter existido, sob as mesmas condições de clima e solo, antes da ocupação humana, de acordo com análises de biólogos das universidades federais da Paraíba (UFPB) e de Pernambuco (UFPE) publicadas em outubro na revista Scientific Reports.

“A Caatinga resiste ao clima e a temperaturas mais altas, mas não à mão do homem”, observa o biólogo da UFPB Helder Araujo, principal autor do estudo. Com seus colegas, ele refez a área de florestas e de vegetação arbustiva da Caatinga por meio de um método chamado modelagem de distribuição potencial de espécies, com indicadores como aves de florestas atuais e mamíferos herbívoros que viveram no atual Nordeste há milhares de anos.

Em seguida, os pesquisadores acrescentaram informações sobre a cobertura vegetal atual da Caatinga, publicadas pela organização não governamental MapBiomas, o clima, da plataforma WorldClim, e as modificações humanas na região apresentadas na revista Scientific Data em agosto de 2016. A análise das transformações em 12.976 hexágonos com 5 quilômetros quadrados (km²) cada um evidenciou as áreas que permaneceram cobertas por floresta e as que foram ocupadas por uma vegetação de menor porte. “A maior parte da área potencialmente ocupada por floresta hoje é tomada por arbustos”, observa Araujo.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

EXCELÊNCIAS



A excelência do líquido
derramado no copo
de bojo translúcido
afogado no passado

a excelência da vida
desgastada em parcos
instantes de irracionalidade

destino destroçado
em prognósticos acobertados
à vista de excelências.



|Autor: Pedro Du Bois (1947-2021)|
|Poema deixado em seu blog: https://pedrodubois.blogspot.com/

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segunda-feira, 25 de março de 2024

Quantas Vezes Caímos ao Caminhar





"Quando alguém toma uma decisão na vida e assume um compromisso sincero com o caminho da sabedoria, não deve pensar que o compromisso é linear, convencional, estável ou mecânico.  Inicialmente ele só é estável no plano da alma, mas não no plano do mundo.  O peregrino errará mil vezes.  A questão não é saber se ele cairá ou não.  Ele cairá mil e duzentas vezes.  A primeira lição em Judô consiste em aprender a cair. Deve-se cair com o corpo e a alma leves, soltos, flexíveis, sem apego ao ato de cair, percebendo de imediato a forma que o erro ou queda assumiu. A partir da posição precisa da queda, e na sequência natural do tombo, o peregrino deve reerguer-se de imediato, atento aos novos movimentos do combate, capaz de localizar oportunidades positivas e pronto para cair de novo ou para derrubar de vez a ignorância que o desafia. Quando aprendemos a cair, podemos usar os obstáculos e energias contrárias a nosso favor.   Basta então tentar o melhor sempre, e ter paz-ciência. Com estas condições, somos capazes de olhar para o alto enquanto mantemos contato com o chão firme." [Carlos Cardoso Aveline, in "A Consolidação da Vitória"]

Do canal Filosofia Esotérica, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=zx6RHbwbxgE


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sábado, 23 de março de 2024

Revista e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis é lançada com êxito!


Da professora Olenêva Sanches Sousa
https://etnomatematicasbrasis.org/2024/03/16/revista-e-almanaque-etnomatematicas-brasis-e-lancada-com-exito/

No último 14 de março, dia do 𝛑, a comunidade EtnoMatemaTicas Brasis lançou a revista e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, com a edição temática “Onde está 𝛑?”.

A revista preza uma perspectiva conceitualmente plural de diversidade e refere conteúdos que, simultaneamente, buscam dar relevância à pluralidade e aos aspectos científicos do Programa Etnomatemática e áreas afins, promovendo diálogos e hiperligações entre o acadêmico e o não acadêmico, o olhar do pesquisador e o objeto olhado, formal e informal, textual, audiovisual, imagético…

sexta-feira, 22 de março de 2024

Vertigem



Sleep (1910) - Frances Macdonald



Enquanto dormes
o caracol refaz a encruzilhada
sob a correnteza das folhas
o leopardo fareja os antílopes
o silêncio te arranha como uma túnica de palha
os eventos passeiam sobre o teu corpo
o acaso descose os teus melhores anseios
a solidão se cumpre na tua boca.

Enquanto dormes envelheces
vertiginosamente envelheces
o mundo envelhece
o céu envelhece
os anjos mudam de nome.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 38 de "Memórias do Espantalho - poemas escolhidos", 2004, Imprensa Universitária
|Imagem: Sleep (1910) - Frances Macdonald

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Francisco Carvalho [Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".


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Tigre




The Tiger (1890) - Richard Friese



Trama infernal de nervos e raízes.
No teu olhar de vibrações austeras
flamejam madrugadas invisíveis
relampejando ao sol de outras esferas.

Vagueias num crepúsculo impreciso
igual a um deus expulso de outras eras
que recordasse o incerto paraíso
dos ancestrais, dos homens e das feras.

Alba que espreite, pássaro que emigre
rosa que espere, treva que amanheça
tudo se curva à púrpura do tigre

e ao seu signo de fogo na cabeça.
Quando te vejo arder ao sol de Osíris
penso num deus de volta ao paraíso.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 24 de "Rosa Geométrica", 1980, copyright by Francisco Carvalho
|Imagem: The Tiger (1890) - Richard Friese

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Francisco Carvalho [Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".



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Viagem



Time - Wojciech Siudmak



O Tempo é um abutre
que me devora as entranhas.
Albatroz enlouquecido
que se alimenta das fúrias do mar.

O tempo me tem acorrentado
à placenta da pedra.
É um rio que deságua
na memória dos afogados.

Sou hóspede do tempo.
Ardo na fogueira dos minutos
ao sol das pálpebras das dançarinas.

Vivo do tempo e do seu ópio.
Meu reino é deste mundo e deste tempo.
Viagem ao seios das Valquírias.



|Autor: Francisco Carvalho
|Poema constante da página 28 de "Girassóis de Barro", Edição Algadiço Novo, 1997.
|Imagem: Time - Wojciech Siudmak


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Francisco Carvalho [Russas-CE, Brasil - 1927-2013]| Poeta, ocupou a cadeira 31 da Academia Cearense de Letras - ACL. Ex-funcionário da Universidade Federal do Ceará - UFC. Ganhador do Prêmio Nestlê de Literatura Brasileira, em 1982, com o livro Quadrante Solar. Com Girassóis de Barro, de 1997, ganhou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Autor dos Livros: Cristal da Memória (1955); Canção Atrás da Esfinge (1956); Do Girassol e da Nuvem (1960); O Tempo e aos Amantes (1966); Dimensão das Coisas (1967); Memorial de Orfeu (1969); Os Mortos Azuis (1971); Pastoral dos Dias Maduros (1977); Rosas dos Eventos (1982); Quadrante Solar (1982); As Visões do Corpo (1984); Barca dos Sentidos (1989); Rosa Geométrica (1990); Exercícios de Literatura (1990); O Tecedor e sua Trama (1992); Crônica das Raízes (1992); Flauta de Barro (1993); Galope de Pégaso (1994); Sonata dos Punhais (1994); Artefatos de Areia (1995); Textos e Contextos (1995); Rosas dos Minutos (1996); Raízes da Voz (1996); Os Exílios do Homem (1997); Girassóis de Barro (1997); Romance da Nuvem Pássaro (1998); A Concha e o Rumor (2000); O silêncio é uma Figura Geométrica (2002); Centauros Urbanos (2003); Memórias do Espantalho (2004); Corvos de Alumínio (2007); Mortos Não Jogam Xadrez (2008). O cantor, compositor cearense Raimundo Fagner, em seu disco "Os Donos do Brasil", musicou os poemas "O Bicho Homem", "Esse Touro Vale Ouro", "Cesta Básica" e "Reino/Minueto da Porta". O falecido teatrólogo Antonio Abujamra recitou, algumas vezes, em seus "Provocações" (TV Cultura), poemas de Francisco Carvalho (vide busca no Google e no Youtube). A página do poeta no Jornal de Poesia, do Soares Feitosa, encontra "aqui". No website Alguma Poesia também há publicados poemas seus "aqui". Assim como no portal do Antonio Miranda "aqui". A página do poeta na Academia Cearense de Letras está "aqui".


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quarta-feira, 20 de março de 2024

O Terço | "Flor de la noche"





Uma música para quem gosta de boa música. E mais não é preciso dizer.

O Terço é uma banda mineira, de rock progressivo, que fez muito sucesso nos anos 1970. Esta música é do disco "Casa Encantada" de 1976.

Escute aí! 💚

|Vídeo extraído do canal Flávio Venturini: loiyustgre7


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Jean Yves Leloup em "A Elegância do Eu"






"O homem nobre" habita como um poeta na Terra, ou seja, ele vê todas as coisas na sua intensidade, transparência e plenitude, não vive num mundo de objetos e sim num mundo de presenças, ele vê tudo o que é invisível no visível e tudo o que é visível no invisível. O visível é invisível, o invisível é visível, estes não são paradoxos fáceis, mas afirmações do mundo como teopany, revelação ou revelação (parousy).

Sem se afastar das aparências, o nobre ou poeta contempla a aparência.

É esta, a beleza que "salva" o mundo, ou seja, que o amplia, faz com que "respire largo", substitui-o no invisível, de fato a testemunha carnal do Infinito.

Se, como Dostoiévski afirma, "é a beleza que salvará o mundo", devemos perguntar-nos imediatamente "quem salvará a beleza"? Essa é a questão. Enquanto houver mulheres e homens capazes de se maravilhar e assombro, a beleza sobreviverá.