poema viscoso
Observei
o espectro profético:
a lesma
desbrava o dia
idosamente
─ sem
pressa nem medo do fim
Em
verdade, em verdade vos digo:
aquele que
tem ânsia de lesmas
caminha
canino comigo.
jaculatória
Só
tenho intenções
perto da
linha do horizonte.
Assim ─
distante ─
saboreio
a pretensão do crepúsculo
em ser
noite.
Ser
noite é muito pesado.
Eu avoo.
Minha
reza
é mais
ou menos:
se eu
pudesse ter braços de palha,
balançaria
no vento;
eu
desejo conduzir tempestades.
dia-rio
(parte dois)
Conheci
uma mulher-noite.
Que
tinha olhos de voo.
E
dentes de quem quer mais.
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Poemas constantes de "Condutor de tempestades" (Sarau das Letras, 2016)
Leonam
Cunha [Areia Branca, RN] publicou, em 2012, seu primeiro livro de poesia, “Gênese”,
e em 2014, “Dissonante”, ambos pela Sarau das Letras. “Condutor de tempestades”
é seu terceiro livro.
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