Do
sertão, infinita noite:
açafroada
lua ressoando azul;
o
silêncio viril em que um pássaro
─ anjo
de cobre, olhos de ardósia ─
enovela-se
no ar (orvalho suspenso)
e canta
num triz sua voz de aviso
passo por aqui e chamo aos vivos.
Um
menino anda
na
estrada poeirenta.
Quem
vem lá?
Um
sem-nome, um vulto.
Quiçá
um dia se saiba
do que
lhe ocorre
entranhas
adentro,
sua
força medida
em cada
pulso,
seus olhares
ternos
para a
estrelas,
e este
dia ido
em
olhos de ardósia.
│Autor: Webston Moura │
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