quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Musgos são grandes sumidouros de carbono


Com extensão quase igual à da China, área de solo coberta pelo vegetal retira da atmosfera 6,43 bilhões de toneladas do gás por ano


Os musgos foram uma das primeiras plantas a conquistar
o ambiente terrestre, há quase 500 milhões de anos
Lyou Yin/Wikimedia Commons


por: Guilherme Eler | edição 329 - julho de 2023 | Revista Pesquisa FAPESP


Solos cobertos por musgos absorvem da atmosfera anualmente 6,43 bilhões de toneladas de carbono a mais do que ambientes terrestres não revestidos por esse tipo de vegetação. O valor, calculado por um estudo internacional publicado em maio na revista científica Nature Geoscience, equivale a mais de seis anos de todas as emissões globais de carbono associadas a mudanças no uso da terra, como a transformação de trechos de florestas em áreas agrícolas ou de pastagens. Como todos os vegetais, os musgos captam, por meio da fotossíntese, dióxido de carbono (CO2) e contribuem para diminuir o nível desse gás na atmosfera, principal responsável pelo aumento do efeito estufa, que provoca o aquecimento do clima global.

O trabalho, que contou com a participação de pesquisadores radicados no Brasil, também calculou a área do planeta ocupada por esse tipo de vegetação: 9,4 milhões de quilômetros quadrados (km²), território quase igual ao da China. Essa extensão foi projetada a partir da coleta de amostras de musgos de 123 ecossistemas de todos os continentes.

Ao contrário das chamadas plantas vasculares (árvores, arbustos, ervas e samambaias), os musgos são um tipo de vegetal, do grupo das briófitas, que não apresentam reforço de lignina em sua parede celular. Por isso, eles não dispõem de partes lenhosas, rígidas. Os musgos foram uma das primeiras plantas a conquistar o ambiente terrestre, há quase 500 milhões de anos. São especialmente importantes nos lugares onde as plantas vasculares não sobrevivem e podem forrar o chão de florestas e campos, além de crescer no tronco de árvores e rochas. Hoje abrangem pelo menos 12 mil espécies vegetais, espalhadas por todos os continentes.

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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terça-feira, 28 de novembro de 2023

A Nona Onda



The Ninth Wave (1850) - Ivan Aivazovsky



Para a coragem,
           desafio.

Cumprir o caminho
de desertos e mares,
atravessar as noites,
       a fome, a sede.

Cá estamos
à porta da nona onda,
esquina onde a dúvida
nos envolve com seus frios braços.

Saberemos o porto,
os olhos e bocas
que nos esperam?
Ou seremos lenda 
a se contar no futuro?



|Autor: Webston Moura|



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Webston Moura
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Ameno Acaso



Vaso Com Flores e Frutas (2001) - Aldemir Martins



Não há açucares a perder,
tampouco fibras
que venham a formar
orgânica vida.

A tela, frenesi de cores,
com flores e frutas
no eterno da idade estática,
atravessa o tempo,
tempo que o pão e o leite
                      não têm.

Em silêncio,
olho-a,
onda simples
por sobre o tédio de meu dia.



|Autor: Webston Moura|


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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Peixes



Pisces (1907) - Mikalojus Konstantinas Ciurlionis




Água.

Tomo-a em minhas mãos,
cuidadosamente,
mas ela me foge:
é seu viajante destino
percorrer geografias,
fomentar a novidade.

Soube sua verdade
desde a primeira vez.
        Nela me soube
             rio e lagoa.

Sei de seu tecido
que não se finda,
sua alma mesma,
por este signo
que me investe:
peixes.



|Autor: Webston Moura"




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PARIS NUMA PINTURA ANTIGA



Champs Elysees, Paris (1889) - Childe Hassam



Essas pessoas estranhas
que aqui aparecem,
para nunca mais
     - quem são?

Vêm, talvez,
sentir o vento,
tentar domar
alguma náusea
ou esquecer um perdido
                              e doído
amor.

Entre o odor do esterco
e a leveza do orvalho,
há que se andar devagar,
rua a rua, nesta cidade
               ainda a nascer
para seu todo esplendor.



|Autor: Webston Moura|


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Pétalas Vermelhas



Red Petals (1967) - Sam Gilliam



Pétalas vermelhas
sobre o chão.

As formigas virão
levar a beleza
para dentro da terra.

O que, agora,
nossos olhos veem
como flor despedaçada
e brilho perdido,
restado está à praticidade
da fome das formigas,
a necessidade por cima do sonho.

Pétalas vermelhas sobre o chão,
sem cheiro, sem cio, só refeição.


|Autor: Webston Moura!


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