Meus
ossos,
as
memórias que carregam,
os
sóis que já se foram,
mais
ainda, as tardes.
Amarre
direito, com calma!
Ia-me,
em seguida, arrastando
o
carrinho verde pelo chão.
A
vaca pastava;
o
bezerro, quieto;
azul,
o horizonte;
tudo era completo.
Ainda
poucos,
meus
irmãos
─
dou-me conta ─
onde
estão?
Nalgum
vão da casa,
num
quarto cuja cor me foge.
Num
dia de Natal,
vestiram-me
uma calça marrom
de
um tecido novo.
O
botão, osso lapidado,
encerrava-me
na segurança de quem,
brincando,
imitava
um adulto.
Acho
que vou chorar.
Para
onde estão me levando?
Vozes,
gente
que nunca vi,
horas
da noite em que nunca abri olhos,
e,
lá fora, a cidade, o encanto enorme.
Depois,
dormi.
Com
o que sonhei,
se
em todo, naquele dia, sonhei?
Sóis
que já se foram.
│Autor: Webston Moura │
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