Olho a lagoa.
A água escura
é dos esgotos
que ali vão dar.
Mas, para o que quero
- perdido em meu silêncio -,
isso não importa.
Olho a lagoa,
como se nada mais importasse.
(Atrás de mim, na via pública,
carros e motos fazem a cidade).
Alheio ao resto,
olho a lagoa,
sem desejá-la útil,
sem querê-la,
dalgum modo,
engarrafada,
tornada grife,
feita consumo.
Olho a lagoa
bruta, selvagem,
despida da mão humana,
como em remoto tempo
ela se pôs rica e inteira,
viço e plenitude.
|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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