quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A PRACINHA



A pracinha da infância é quase a mesma,
mas crianças não há mais.
Há cães e gatos, abandono,
um cano furado, uma água fugindo,
um  vendedor de alguma coisa
e barulho, bastante barulho.

Em redor, o mundo cresceu
e apartou as pessoas.
Já não se vê o padre indo abrir a igreja,
nem os quase inocentes namorados
descobrindo o proibido.

Por um instante, fecho os olhos
e relembro o cheiro da pipoca,
as discussões em torno do jogo de bila,
as lorotas contadas sobre os filmes,
                                      enfim,
um universo desaparecido na passagem dos anos.


│Autor: Webston Moura│

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