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sexta-feira, 11 de maio de 2018

ÁSPEROS RUÍDOS






Gritos.
O branco da parede.
A luz que se vai crescendo, dia a dia.
Os sons, tantos sons, tantos, de onde chegam?

(De repente, tudo escuro)

Quem está aí?
A mão, estranha mão de homem escondido
              nas bem cuidadas folhas do Estado.

(Agonia)

Amanhã, quem sabe não haja uma chuva imensa,
chuva que derrube estas paredes e me leve,
me devolva aos olhos de quem deixei?
Era uma segunda-feira normal quando fui abduzido.

Que dia é hoje?
Em que ano estamos?


__________
NOTA:
Este despretensioso poema, escrito ainda hoje, veio-me por conta da matéria que vi sobre novas revelações acerca de execuções de presos políticos no período da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), em especial durante o Governo do presidente Geisel. Afirmo que não devemos esquecer, pois assim podemos evitar repetir. Apesar das falhas, que são muitas, VIVA A DEMOCRACIA! Para mais, acesse o website MEMÓRIAS DA DITADURA: http://memoriasdaditadura.org.br/