Gritos.
O
branco da parede.
A
luz que se vai crescendo, dia a dia.
Os
sons, tantos sons, tantos, de onde chegam?
(De
repente, tudo escuro)
Quem
está aí?
A
mão, estranha mão de homem escondido
nas bem cuidadas folhas do Estado.
(Agonia)
Amanhã,
quem sabe não haja uma chuva imensa,
chuva
que derrube estas paredes e me leve,
me devolva aos olhos de quem deixei?
Era
uma segunda-feira normal quando fui abduzido.
Que
dia é hoje?
Em
que ano estamos?
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NOTA:
Este
despretensioso poema, escrito ainda hoje, veio-me por conta da matéria que
vi sobre novas revelações acerca de execuções de presos políticos no período da
Ditadura Civil-Militar (1964-1985), em especial durante o Governo do presidente
Geisel. Afirmo que não devemos esquecer, pois assim podemos evitar repetir.
Apesar das falhas, que são muitas, VIVA A DEMOCRACIA! Para
mais, acesse o website MEMÓRIAS DA DITADURA: http://memoriasdaditadura.org.br/