quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

O Nosso Tempo



The Revolt (1911 - Luigi Russolo



O Tempo dos guerreiros, o tempo da guerra, o nosso tempo. O tempo em que nada há de perdurar, nem de ter paz. Assim o querem os líderes conflituosos e as massas levadas a campo.

No passado, anunciaram os bons dias vindouros, aonde a máquina nos faria reverência e a riqueza seria distribuída. Sonhava-se, e isto não é censurável. Mas chegou o futuro, o nosso tempo, aonde não temos tempo e os nossos pensamentos são amassados pelas tarefas e preocupações.

Contudo, não há que se pensar em fugir, até porque não há para onde. O remédio há de ser feito em meio ao caos, como outros, nossos antepassados, tiveram que fazer.


|Autor: Webston Moura|

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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A Água Turva Correndo Veloz



The Palace of Windows Rocks (1942)
- Yves Tanguy



O verso não está ponto.

Procuro o caminho,
mas não há.

Falta-me a candeia
e o espanto.

O verso não está pronto,
as coisas ordinárias me tomam.

Procuro um rosto,
mas só encontro a massa geral,
a água turva correndo veloz.

O verso,
que seria ouro,
está na lama,
no fundo violento,
recusando-se a vir tomar sol
entre as falas e olhos de outrem.

O verso está com medo.
Ou está cansado.

|Autor: Webston Moura|

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Webston Moura
, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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As Cores



Magician - Allan Tellez


Gosto das cores. Não entendo o porquê de haver oposição a uma cor, embora haja quem assim prefira. O ser humano é diverso.

Das primeiras coisas que uma criança se dá conta, cultivando aí afeto, as cores se destacam. Tudo o que é "miúdo" acaba por fazer parte do mundo da criança.

Na infância, o detalhe é tudo, pois o mundo do tumulto, das disputas, este não existe, ao menos de modo drástico como na vida adulta.

O que á aquilo? Um sapo. E aquela outra coisa? Uma bicicleta. E tudo que é passível de afeto, é positivo. As cores das paredes, das flores, das roupas, os diferentes matizes do céu.

Gosto das cores. Apenas gosto. Como quem olha a água e não a quer recurso, não a doma, tampouco logra saber-lhe o último mistério.

|Autor: Webston Moura|

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, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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