Tarde.
Acácias pra lá e pra cá.
No
terreno ao lado
patos
e galinhas.
O
carteiro, de repente,
um pequeno envelope.
Dentro,
um cartão
(um
recorte urbano,
uma
moça e seu sorriso).
E
a mensagem dizia:
Não
moro no Rio,
sou
viajante do mundo.
Felicidades!
Acostumado
a cheirar papéis,
tomei
o envelope mais o cartão
e
os cheirei.
Assim,
procuramos pelas pessoas,
pelas
suas trilhas.
Ainda
animais, embora enternecidos,
farejamos.
E
ninguém reduza o cheiro dos papéis
a
alguma coisa numa cadeia de carbono.
A
moça de Mannheim não merece esse tratamento.
OUTROSSIM - Ao
longo do tempo e o que as cervejas empossam. As travessias feitas e outras por
chegar. O dia que está nascendo na cidade talvez. As palavras que nunca mais
gostaria de ver nos sentidos viciados em que estão empregadas pelos
gentios ─ esquecê-las. E, quem sabe, mais tarde há de chover. Olhos fechados,
um cais com uma moça de branco acenando um lenço, onde se lê o tempo é uma
oferta sem devolução. Elishebha, sua raiz. Beija-me, agora!
│Autor: Webston Moura│
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