Medo, porque tudo conspira para tanto;
e
horizonte outro não há senão
este olhar em espreita,
este gesto contido,
este fechar de portas,
tantas precauções.
Medo,
porque a vida anda a requerer ciência exímia,
toda a
técnica com que nos alertamos contra os males.
Dormir,
sonhar, ter medo ainda aí.
Acordar
instigado, as mãos trêmulas
─ um
barulho no telhado, serão os gatos?,
um
crucifixo na parede, o silêncio de pedra ─,
todos
os indícios de que algo está suspenso no escuro.
Lá
fora, o carnaubal geme.
│Poema
da Série “Medo” – Autor: Webston Moura│