O objeto começa
a aparecer.
Tímido,
ainda informe.
Apenas sua cor primeira,
um hálito apenas.
O objeto se insinua,
nada mais.
Um borrão de fina beleza,
simples, ao modo de uma pétala
só.
Posso pensá-lo um portal
ou um grão num tecido.
Posso somente, e só,
vê-lo,
sem muito pensar,
sem mais, sem mais, sem mais...
O objeto me estanca o movimento
das pernas, dos olhos;
me suspende,
um pouco,
a respiração.
E não chego a concluir
um quê.
Seguro-o com a vontade.
Mas não o tenho,
não o guardo.
O objeto é uma pergunta,
repetindo-se, repetindo-se,
lentamente repetindo-se,
quase uma miragem.
|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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