Na rodoviária,
o
ninguém da multidão
indo e
vindo,
sem
nome,
só
rostos
e coisas
de carregar.
O nome
do bêbado
(na
mesma calçada),
caso o
tenham dito,
nem se sabe
mais:
o
trânsito
(este
dever,
esta
sensação)
não nos
deixa saber
nada
além
de seu
usufruto:
ir e
vir, ser útil,
pagar e
agradecer.
Na
rodoviária,
um atraso
é um
tipo de sorte:
uma
senhora
de
Tangará da Serra
conta-me
de
filhos e viagens,
mostra-me
a foto
do
marido sumido
na
Serra Pelada,
diz-me
de uma ida
à
Caiena, na Guiana,
e
outras miudezas destas
que
fazem a vida
valer
pressas e atrasos.
│Autor:
Webston Moura│