Havia
umas velhas máquinas,
já
carcomidas de ferrugem.
Abandonadas
ao nosso olhar de criança,
não eram
desusos, mas invenções de mundos.
Para
trás das casas, a mata, onde se ia buscar mel e juá,
além do
mais que os adultos necessitavam.
Todos
éramos muito iguais,
mas da
igualdade que não letargia.
Éramos
iguais de conviver,
iguais da
vizinhança familiar.
Bem por
isso os discos voadores
e as
estórias de visagens eram mais sonháveis,
os
medos eram mais lúdicos
e os
assaltos eram apenas assunto de TV.
Um dia,
puseram
fogo na plantação,
por acidente,
o que, para nós,
em vez
de problema,
foi
visto como quebrar a rotina:
crianças,
adolescentes e adultos
correndo
com água para tudo apagar,
praticamente
uma gincana.
Mas, do
outro lado,
as máquinas
não pegaram fogo,
protegidas
por uma civilização alienígena
que ali
desempenhava futuros projetos de
invasão da Terra.
│Autor:
Webston Moura│