O CANTO DA CIGARRA

Cigarra - Jeff Dickson

Ouve-se um canto, de quem será?

Não sei, vou ver,
Parece que vai chover.
Ah! É a cigarra a cantar.

Essa é a sua vocação,
É sempre assim,
Parece que nunca vai ter fim
Essa sua longa canção.

Será de tristeza, será de dor?
Será de alegria, será de amor?
Não sei dizer.

A tarde está se acabando,
Ela continua cantando,
Ela continua a viver.

|Autor: Amarildo Gonçalves|

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Leia outros poemas deste autor:

Sinal Vermelho

Sabiaguaba

Utopia

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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.

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SINAL VERMELHO

late o cachorro
andorinhas voam no céu nublado
voam também minhas esperanças

venta gostoso

fim de tarde
luzes da noite
cai a neblina
molha o asfalto
engarrafa o trânsito
engarrafam minhas ideias

e te sinto

teu corpo me aquece
acende meus desejos

sinal vermelho

não

não quero vermelho
quero verde

quero vida!

Salvador, 19/12/85

|Autor: Amarildo Gonçalves|

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Outros poemas do autor:

* Utopia

* Sabiaguaba

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Imagem: Google Images

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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.

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UTOPIA

Landscape with sun (1909) - Max Ernst

Através da telha de vidro
Meu olhar vagueia
Na metamorfose do dia

Tudo acontece na retina

Fantasmas obscenos
Guerra
Trovão
Zeus galopa no cavalo de Tróia
Ah! Se eu pudesse conversar contigo no Olimpo
Tempestade de fogo
Deserto fértil
Cheiro de sexo
A pedra está grávida da terra
Idiomas indecifráveis
Um pássaro voa sem saber porque
Estrelas apagadas
Deus existe!?
Ícaro passou agora perto de mim
Como são grandes suas asas!
O mar me devorou
Vampiros vegetarianos
Alguém cospe fogo

E se eu disser
que sou um extraterrestre
e que fui gerado em um ovo
numa chocadeira elétrica?

|Autor: Amarildo Gonçalves|

|De mesmo autor leia o poema Sabiaguaba

|Facebook: https://www.facebook.com/amariido.goncalves

SABIAGUABA

mar de águas claras

de ondas rebeldes
de pedras violentadas pelas ondas

pássaros a observam
banham-se com os respingos das ondas

que se chocam nas pedras

estremecem

abrem suas asas

voam mar adentro

tenho vontade de voar com eles!

o azul do céu confunde-se

com o azul

de suas águas

morros

por trás esconde-se uma lagoa

praia selvagem

natureza viva

intacta

pura de sentimentos

praia liberdade

praia poesia

[Autor: Amarildo Gonçalves]