O inocente é o puro. Não que se possa ser inteiramente puro como se imaculado fosse. Mas, se possível, estar inocente de más intenções, procurar exercitar a vontade nisto, apesar dos convites ao erro e ao mal.
Em geral, orgulhamo-nos de outras qualidades, não destas como ser inocente e ser bom. A cultura geral, esta que vivemos em sociedade, é tão nociva e decadente que uma pessoa é capaz de orgulhar-se da esperteza que aplica em prejuízo de outras, já que a inocência e a boa-vontade não parecem lá muito vantajosas.
Mas, seja como for, necessitamos recuperar em nós a capacidade da inocência, como a da coragem, para podermos conviver melhor com nós mesmos e uns com os outros.
A inocência também nos serve para termos olhos de criança sobre a vida, o que é dizer ter abertura para a novidade. A alma insistentemente cismada, na defensiva, está fechada à novidade e, assim, à transformação, pois renunciou à capacidade de voltar a ser inocente.
A inocência, que não deve ser confundida com a tolice, é, sim, uma qualidade para se possa enfrentar a selvageria dos corações desta atualidade.
|Autor: Webston Moura|
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Webston Moura, administrador deste blog, é Tecnólogo de Frutos Tropicais, poeta e cronista. Natural do Ceará, Brasil, mora no município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe. Aprendiz de Teosofia, segue a Loja Independente de Teosofistas - LIT. Tem apreço por silêncio, música, artes plásticas, bichos e plantas. É também administrador dos blogs O Caderno Livre e Só Um Transeunte.
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