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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

SOMBRAS E SOBRIEDADE




Eu sombreei aquele dia
E eram contornos cinzentos
Numa moldura, eu diria, vazia.
Se estas linhas não têm sentido
Digo-lhes que não me isento.

Porque se os contornos são cinzentos,
Eu também reitero: eles são frios.
E a frialdade de cada ser é enigma intangível
E só a entende ele próprio.

Naquele dia sombrio,
No entanto, fiquei um pouco sóbrio.
Não foi ópio, mas não tolheu euforias
Ao relento, vislumbrei um sorriso.

Como se no vento pairasse
E a mim chegasse,
Sombreei de amarelo-vida
Meus sóis de felicidade.


│Autor: Magno Catão – Livro “Convalescente”;  Sarau das Letras, 2017│