Ouvia
Djavan, bebia, tinha o olhar perdido
e não
parecia querer companhia.Se chorava, não deu pra ver direito,
mas é possível quando se bebe e se escuta Djavan.
Mas, também, àquela hora, o sol se pondo,
tons laranjas no horizonte, brisa leve,
riso e melancolia em redor, como não?
Faltava o que? Um cão, só, a chegar ao pé, com fome?
Pois chegou. E ganhou um pouco de comida, alegrando-se.
É assim! Quando se sofre, bom é dar-se, ainda que para um cão.
Levantou-se, devagar, seguiu para o mar, os pés nus na areia.
Não
voltou.
│Autor:
Webston Moura│