às cinco da tarde,
a casa quase vazia,
você só,
um café na cozinha,
todos os sons brotando singularmente,
o vento nas cortinas,
um pássaro que,
de repente,
para de cantar,
a campainha muda,
também mudas as casas da vizinhança,
nem cachorro,
a campainha muda,
também mudas as casas da vizinhança,
nem cachorro,
nem carteiro,
muito menos o caminhão de gás
ou o entregador de água mineral,
menos ainda polícia e sirene
ou o que o valha,
nada de nada,
só você e um sisudo relógio de parede.
muito menos o caminhão de gás
ou o entregador de água mineral,
menos ainda polícia e sirene
ou o que o valha,
nada de nada,
só você e um sisudo relógio de parede.
Sem mais,
sem que ninguém ligue,
a TV ressoa, lá de cima,
do quarto último,
algum jingle com voz de criança.
sem que ninguém ligue,
a TV ressoa, lá de cima,
do quarto último,
algum jingle com voz de criança.
│Autor:
Webston Moura│
│Imagem:
Sem Título, de Lee Bontecou