Os
oceanos estão mais quentes;
os tubarões,
mais afoitos;
os
corais, em acirrado branqueamento.
E o distraído
praieiro, olhando o mar,
sem se
aperceber que seu amor é exílio,
sonha.
Amanhã,
dia de depois dos depois,
haverá
uma cratera infinita,
fósseis
de casais apaixonados,
restos
de peixes, rastros de águas-vivas.
E um
seresteiro insólito, à beira do precipício,
entoará
remotos numa arcaica língua.
Não
mais os mares, não mais gaivotas.
Meninas
de azul correrão vestidas de vento
por sobre
os ossos das manhãs possuídas de ausências.
O sol,
ancião arquejante,
susterá,
com brilhos definitivos,
os dias
de navegações fantasmas.
De um
cais resiliente, uma flor de pedra
jorrará
terpenos remanescentes de antigos dias.
Anotadas
em um caderno de folhas invencíveis,
estas palavras
sem escuta que lhes ouça as lágrimas.
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│Autor: Webston Moura │
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