É um pequeno
milagre, esta claridade.
Os telhados acendem-se como
fornalhas,
permanece vermelha uma parte do céu.
A noite, se existiu, foi para nós um erro
de perspectiva, uma ilusão, um ardil de
sombras e estrelas perdidas no escuro.
permanece vermelha uma parte do céu.
A noite, se existiu, foi para nós um erro
de perspectiva, uma ilusão, um ardil de
sombras e estrelas perdidas no escuro.
Agora é de um azul sem mácula, o céu;
a cidade, um corpo branco a levantar-se;
e esta luz — rasa, rosa, crua — já não um
pequeno milagre, mas uma evidência.
e esta luz — rasa, rosa, crua — já não um
pequeno milagre, mas uma evidência.
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* Poema constante de LUZ INDECISA
(Oceanos, 2010).
* Post replicado da página Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen (Clique AQUI)
│Autor: José Mário da Silva │
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