Pegávamos
talos de carnaubeira
e fazíamos
espadas e cavalos.
Melhor
que fosse sábado, pois não tinha aula.
Dividíamo-nos
em grupos e combatíamos,
mas sem
ferimentos ou violências outras.
Era uma
brincadeira apenas.
Havia
os meninos mais engenhosos,
os que
faziam os cavalos um pouco mais bonitos.
Mas,
cavalos e espadas prontos, a beleza requerida
era
mais a de imaginarmo-nos guerreiros de terras distantes.
Horas
depois, suados e felizes,
deixávamos
os brinquedos nalgum ermo, num terreno
qualquer,
onde o
sol e a chuva devolveriam a natureza à terra.
E, sempre
que precisássemos, existiam carnaubeiras sem fim.
Carnaubeiras
e, claro, carnaubais, onde o vento, quando bate,
faz som
de marés nas folhas, como se o próprio mar, levantado e aéreo,
percorresse
o sertão, livre, também brincante.
│Autor:
Webston Moura│