O
slogan do Djavan bem poderia ser “CADA VEZ MELHOR”, tal é a notória evolução de
sua arte no tempo. Neste disco, “Novena” (Sony, 1994), a primeira música, “Limão”,
inicia-se assim: “O véu luminoso do sol na bruma / Cobre a Serra molhada / Por
um buraco na névoa / Vara a espada de luz / Libertando a terra, ao tocá-la”. Poesia, sua letra,
mas não apenas. Poesia em tudo, em todos os aspectos, o que inclui a maneira
com que Djavan canta. Em “”Aliás”, “Existem coisas que o amor diz / Com aquela
coisa a mais / De quem é feliz / Joias caras produzidas no coração / Tiaras sem
fim / Guardo essas luzes pra te servir”. Precisa mais? Sim, precisa ouvir, se é
que já não ouviu. E, se ouviu, já guardou na alma.
Início | O Editor | Poesia | Séries | Tudo | Outros | Dados Sobre o Blog | Francisco Carvalho | Kaya - Revista de Atitudes Literárias | Teosofia | O Teosofista | YouTube Filosofia Esotérica 🕉 | Pessoas Não-Humanas 🐱 | Animais Abandonados na Cidade de Russas 🐕 | Só Um Transeunte 👣 | Revista Triplov de Artes, Religiões e Ciências | Agulha Revista de Cultura
domingo, 13 de maio de 2018
SUA IMAGEM PLANTADA NO SILÊNCIO
Já vai
alto o sol, mas ainda é manhã.
Hoje,
dia de ócios, os homens se recolhem.
Seus
pensamentos crescem e se afundam.
Uns,
tristes; outros, serenos e leves.
Aqui,
rua mais adentro,
onde,
por sorte, não há bares,
nem outros
quaisquer divertimentos,
apenas
discretos pássaros chegam.
E os
cães, com olhos mansos, nos olham.
Este é
o tempo-ilha,
longinquidades,
léguas
de sertão,
aquela
casa de alpendres brancos
que se
divisa e se deseja,
sua
imagem plantada no silêncio
e seu
todo desapego.
│Autor:
Webston Moura│
Fonte
da Imagem: Google Imagens
UMA GAIVOTA REPENTINA
(Pois
que uma gaivota invade
o
espaço e os nossos olhos seguem o voo
até ela
sumir-se no escuro)
Como nunca
os vemos,
dizemos
ser a chuva e o tempo os nossos obstáculos.
Aqueles
homens, invisíveis assim aos nossos olhos,
olhos desgastados,
verdade se diga,
o que
são, pois, para nós?
Os nomes
aborrecidos que conseguirmos em nossas bocas.
E
seguimos nós com os nossos secretos silêncios.
(Até
vimos uma gaivota onde ela não poderia!)
│Autor: Webston Moura│
Fonte da imagem: Google Imagens
SECRETOS SILÊNCIOS
A rua
deserta, chuva leve, noite.
Mas há
um homem à beira do poste.
A luz o
cobre, mas não o revela.
Por um
instante, imagino sobre.
A
singularidade, aquela vida.
Que
história dali se poderia?
Casado?
Solteiro? Gente de bem?
Pai? De
longe? De perto?
Há mais
homens em ruas desertas
e em
quantas chuvas demoradas, embora leves.
E não
os vemos senão secretos silêncios intransponíveis.
Nunca
os vemos.
│Autor:
Webston Moura│
Fonte
da imagem: Google Imagens
Assinar:
Postagens (Atom)