terça-feira, 30 de junho de 2015

DESATINO



dentro de mim
uma caixa de sapatos
meia dúzia de pipas
um gibi

meu pai virou rio
deixou inventário

o que ficou
além da herança?







LUIZ OTÁVIO OLIANI nasceu no Rio de Janeiro e é graduado em Letras e Direito. Como poeta, está em 80 livros coletivos nacionais e alguns estrangeiros, além de 450 publicações entre jornais, revistas e alternativos. Tem poemas publicados e vertidos para o inglês, francês, italiano, espanhol e holandês, bem como textos ilustrados em projetos ligados às artes plásticas. Atuou na Revista Literária Sociedade dos Poetas Novos, SPN, de 2000 a 2003, tendo entrevistado grandes nomes da literatura brasileira. Participou do CD Poemas musicados por Maury Sant´Ana, volume 1 (2008). Recebeu 70 prêmios, dentre os quais se destacam: Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (2011); o Troféu Honra ao Mérito do Clube em Revista, como Poeta destaque de 2012, na Rádio Bandeirantes, Rio, AM, 1360 (2013), Menção Honrosa, Prêmio Vicente de Carvalho, concedida pela UBE / RJ (2014) ao livro dos entre-textos; eleito também como “O Melhor livro do ano” pelo Clube de Trovadores Capixabas, no Espírito Santo, no mesmo ano. Em 2011, foi citado como poeta contemporâneo por Carlos Nejar no livro “História da literatura brasileira: da Carta de Caminha aos contemporâneos”, SP, Leya. Teve obra poética estudada em projeto acadêmico na Faculdade de Letras na Universidade Federal de Sergipe (UFS), com poemas publicados e ilustrados por estudantes de escolas públicas de Sergipe e Bahia no livro “De olho na poesia”, organização da Beto Vianna e  Christina Ramalho. Publicou cinco livros de poesia: "Fora de órbita", 2007; "Espiral", 2009, "A eternidade dos dias", 2012; “Luiz Otávio Oliani entre-textos”, 2013 e “Luiz Otávio Oliani entre-textos 2”, 2015. Perfil no Facebook: https://www.facebook.com/luizotavio.oliani.

Deixar a Mão



Percorrer-te o peito
Deixar a mão cegar
E caminhar o instinto
Como abelhas caminham na flor.

Beber dessa luz líquida
E esperar a morte dos dedos
Onde os lábios escreverão
A morada de todos os poemas.



JOAQUIM MONTEIRO – Nascido próximo da Régua. Feito a régua e esquadro, mas prematuro. Desenhador, músico, poeta, quando é lido. E Epicuro quando baste. Publica poemas no Facebook e publicou o livro de poesia “Na Tua Boca” (Editora Universus, 2011).

ENCANTAMENTO



no balde de juçaras
o homem busca
a água de que precisa

no terreno seco
procura o vento

encontra Deus

disfarçado de sabiá




LUIZ OTÁVIO OLIANI nasceu no Rio de Janeiro e é graduado em Letras e Direito. Como poeta, está em 80 livros coletivos nacionais e alguns estrangeiros, além de 450 publicações entre jornais, revistas e alternativos. Tem poemas publicados e vertidos para o inglês, francês, italiano, espanhol e holandês, bem como textos ilustrados em projetos ligados às artes plásticas. Atuou na Revista Literária Sociedade dos Poetas Novos, SPN, de 2000 a 2003, tendo entrevistado grandes nomes da literatura brasileira. Participou do CD Poemas musicados por Maury Sant´Ana, volume 1 (2008). Recebeu 70 prêmios, dentre os quais se destacam: Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (2011); o Troféu Honra ao Mérito do Clube em Revista, como Poeta destaque de 2012, na Rádio Bandeirantes, Rio, AM, 1360 (2013), Menção Honrosa, Prêmio Vicente de Carvalho, concedida pela UBE / RJ (2014) ao livro dos entre-textos; eleito também como “O Melhor livro do ano” pelo Clube de Trovadores Capixabas, no Espírito Santo, no mesmo ano. Em 2011, foi citado como poeta contemporâneo por Carlos Nejar no livro “História da literatura brasileira: da Carta de Caminha aos contemporâneos”, SP, Leya. Teve obra poética estudada em projeto acadêmico na Faculdade de Letras na Universidade Federal de Sergipe (UFS), com poemas publicados e ilustrados por estudantes de escolas públicas de Sergipe e Bahia no livro “De olho na poesia”, organização da Beto Vianna e  Christina Ramalho. Publicou cinco livros de poesia: "Fora de órbita", 2007; "Espiral", 2009, "A eternidade dos dias", 2012; “Luiz Otávio Oliani entre-textos”, 2013 e “Luiz Otávio Oliani entre-textos 2”, 2015. Perfil no Facebook: https://www.facebook.com/luizotavio.oliani.

domingo, 28 de junho de 2015

DECLARAÇÃO




Eulogy on the extremely delicate things (1993) - Zao Wou-Ki



Para vão em teu istmo,
não me queira!

Não me queira às línguas
de palavras sub-mínguas,
coisa que se curte e se compartilha,
como aceno ou panfleto,
nonada ou remédio.

Não me queira coisa-apenas,
objeto decomposto em
quimeras e poliéster.

Não me queira moda,
beijo wishy-washy,
cachorro de esquina,
fátuo-factoide.


│Autor: Webston Moura


sábado, 27 de junho de 2015

O ERMO HOMEM DA CASA ABANDONADA


Em seu calabouço,
compõe e decompõe retratos.

(No silêncio,
uma samambaia
― que nada significa)

Haverá,
num breve futuro,
outro The Blue Flower
a se considerar?
Ou será matéria
para Criminal Minds?


│Autor: Webston Moura

sexta-feira, 26 de junho de 2015

ALTERNÂNCIA



O sapato pequeno conduz
à roupa apertada
e à camisa apodrecida
no cesto
- como a comida queimada
   e a cicatriz na perna
   reforçam a dor pela perda
   da pessoa amada -
no esquecimento tardio
a conta não paga atrasa
a oferta do banqueiro
em pesadelos diários
- remetido à alternativa
  incorreta do início.

(Pedro Du Bois, inédito)

________________
* Pedro Du Bois [Passo Fundo-RS, Brasil] - Poeta, contista, autor de Iguais (poemas), O senhor das estátuas(poemas), Os objetos e as coisas (poemas) Pedro Du Bois Em Contos (contos). Participa do Projeto Passo Fundo (http://www.projetopassofundo.com.br/), é membro da Academia Itapemense de Letras e do Clube dos Escritores de Piracicaba. Mantém o blog Pedro Du Bois - Poemas (http://pedrodubois.blogspot.com.br/) e reside atualmente em Balneário Camboriu-SC, Brasil.