A cidade de Russas necessita de um ABRIGO PÚBLICO PARA ANIMAIS ABANDONADOS, com clínica e profissionais adequados aos cuidados. Apoie essa ideia e exija dos nossos representantes políticos ações efetivas! A cada ano, dezenas de animais nascem e morrem, sem que haja uma política pública adequada que os proteja. Não podemos deixar que isso continue!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TUDO É VÃO NO FRAGOR DE TODAS AS GUERRAS

Nenhum pássaro é avulso.
Tampouco seu voo ou o azul ao fundo.
Fui menino para guardar a lembrança
de que tudo isso é um milagre
e que, como o pássaro, as flores
não intentam vulgaridades.

No entardecer de minha existência,
agoniado entre meus semelhantes,
estes que se embatem por suas verdades,
já não sei se lhes passa ao coração
alguma réstia do que um dia
lhes possa ter sido o que,
                         sem medo,
ousariam chamar de criança:
aquele olhar sem mácula descobrindo o mundo.

Talvez,
estes que se embatem por suas verdades
nada mais possam que não seja a morte
que lhes acompanha enquanto compram carros
e tomam precauções e sedativos.

Tudo é vão no fragor de todas as guerras.


│Autor: Webston Moura
_______________________

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ENQUANTO O VENTO ME RUMINA


A casa vazia, o silêncio;
tudo é exílio e exceção.
A secura com que o vento tange,
suave, salmoura e lassidão.
A fotografia a parecer mais antiga,
um rosto, um sorriso, um janeiro.
A louça, na cozinha, em degredo.
Meus passos, seus sons e solidão.



│Autor: Webston Moura
______________________

MIRABILIA, MIRAÇÃO

Você me sorri pássaros Me diz
Bálsamos e crisântemos Me ensina
Relâmpagos Me faz sonho raiz
Plantada em nuvem Sândalo neblina
Me transpira poemas tal Hafiz
Me esculpe a face em luz ou vento Assina
Na minh’alma com tinta d’água giz
Assobia azuis sombras opalinas
Me leva a passear em seus quadris
Me perfumam seus olhos Me calcina
Sua presença seu ventre-motriz
Você me voceíza predestina
Me comunga me francisca de assis
Me sana milagra desassassina



│Autor: O Poeta de Meia-Tigela

.........................................................................

# Poema transcrito de um cartão postal, gentileza d’O Poeta de Meia-Tigela (Alves de Aquino).

# O Poeta de Meia-Tigela está na segunda edição de Kaya [revista de atitudes literárias]:
● A Noiva [O Poeta de Meia-Tigela]
______________________________________