segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

NAU, SINAL E CHIAROSCURO



Percorro os escuros da língua
em que me falo, articulações
que consigo, embora fugidias
                                   me sejam:
pérolas de ar.

Escondo-me da língua solta,
                 mundo-sem-devir,
                soslaio indesejado,
queda.

Percorro o corpo da mulher
que há de sempre,
e bemvindamente,
apagar-me
dentro da sua
gravidade.

(De olhos fechados, pronuncie delícia!)

Palavra: aparecer-desaparecer;
o pé descrevendo um arco na areia;
risco rente a hermoso, com
I do not know por sempre.


│Autor: Webston Moura

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